A Industria de Conservas de Peixe do Algarve (1865-1945)

A indústria de conservas de peixe foi durante décadas uma das mais marcantes da economia do país.

Um sector que se caracterizou por um elevado grau de exportação.

O Algarve foi um dos polos de maior relevo, tendo nas suas localidades ribeirinhas, sido edificadas muitas dezenas de unidades de produção da nossa magnífica conserva (sardinha e atum, essencialmente).

Este estudo é no essencial a nossa tese de Mestrado, enfatizando, porém, algumas facetas que considerámos mais proeminentes.

A sua elaboração assentou em vasta bibliografia e, essencialmente, na consulta de fontes primárias, sendo acompanhada por um vasto conjunto elementos quantitativos (quadros, gráficos), que permitem ao leitor aprofundar o seu conhecimento da evolução deste sector industrial no Algarve.

Depois, o caro leitor mergulhará nos conteúdos seguintes:

a) Os principais centros produtores e exportadores algarvios;

b) O período do verdadeiro take-off, arranque, da indústria, com o deflagrar da Primeira Guerra Mundial;

c) Após os tempos da fartura, os tempos da crise – anos vinte e trinta (séc. XX) – acompanhada por uma profunda crise social;

d) Ao estado liberal, sucederam novos ventos político-ideológicos, o estado autoritário, intervencionista, corporativo, aos quais o sector conserveiro não escaparia;

e) Finalmente, um dos períodos mais relevantes para este sector, a II Guerra Mundial, e o seu impacto nos centros conserveiros da província.

O património industrial e museológico deste proeminente sector escasseia, visto que a voragem do tempo e dos homens, conduziram ao seu paulatino desaparecimento da paisagem industrial e social do Algarve. Fábricas encerradas, abandonadas, em ruínas, absorvidas por outras actividades económicas de maior rentabilidade.

A destruição total destes locais, amputa para sempre a memória dos lugares e das vivências pessoais, empobrecendo a sua história, e caindo no esquecimento.

E muito mais encontrará nas páginas deste trabalho.